terça-feira, 31 de agosto de 2010

EFEITO BORBOLETA



Resguardo em mim ou resguardava antes deste “diário digital” a maioria das minhas opiniões e histórias cotidianas. No entanto, para extravasar, converso com minha própria mente. Sim, converso mesmo! E digo mais, ela é teimosa e contestadora.

De noite, quando enfrento “mais uma” insônia , retrato de forma literária uma realidade casual e sem graça a qual venho atravessando. Mas o fabuloso é que sempre podemos tirar proveito de tudo, até mesmo do próprio tédio.

Ontem quando estava olhando uma sombra inerte na parede do meu quarto, lembrei de um acontecido de duas semanas atrás.

Estava andando na rua quando um sujeito me parou todo cordial “Olha, dei volta correndo no quarteirão, estacionei o carro e corri pra te ver! Tantos anos longe da cidade e quando chego a vejo, que maravilha!” e solta um sorriso quase convincente. Eu, por outro lado, fiquei com uma cara de duvida, buscando ao redor uma resposta para aquela atitude inesperada. Então ele encolheu o riso de boas vindas e perguntou “não se lembra de mim, não é?”, eu fixei os olhos naquela face estranha, esbocei um sorriso e lhe respondi sem jeito “não!”. Pobre forasteiro, mas o que eu podia fazer senão lhe contar a verdade? Cheguei a pensar que ele estava me confundindo, mas depois de tantas referências sobre meu passado, muitas até que nem deveriam ser ressuscitadas, acreditei de fato que eu era a pessoa certa. No entanto, isso não estava me levando a nada, então me adiantei “me perdoe, mas estou noiva agora e devo me apressar. Conversar com você nesta rua vazia pode me comprometer”. Ele me elogiava muito e por isso tive uma ponta de remorso quando finalmente se deu por vencido e narrou com cara de decepção “tá certo, eu sou irmão do Marcelo , mas até hoje não nos falamos e por sua causa. Nunca o perdoei por ter ficado com minha grande paixão.”- Meu Deus , eu fiz isso? Dois irmãos deixaram de conversar por dez anos e por minha causa?E eu nem sabia!

Essa historia mexeu intensamente com minhas reflexões. Quantas vezes, ficamos tristes, desolados no silencio particular de nossas vidas que não percebemos o tufão que causamos ao bater nossas asas.


Pessoas brigam por você, gritam por você , amam , sorriem, choram. .emocionam POR VOCÊ!

E você nessas horas? Apenas segue o curso normal do dia... vivendo.

Vou pensar nisso quando aquela “vizinha chata” chamada solidão bater na minha porta.

Dayane Salvador

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