sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

HOJE E DEPOIS DE HOJE



Diga-me com sinceridade, qual foi o melhor momento da sua vida?


A resposta que esperava das pessoas era “agora”, afinal vivemos e aprendemos para chegar aqui e somos fruto das sementes que plantamos, este é o melhor momento porque o vivo e sinto. No entanto, ninguém respondeu algo similar.

Por quê? Simplesmente porque não estamos acostumados com os imprevistos, fatalidades e sempre esperamos “o momento perfeito”, sem choros, sem perdas e quando percebemos, ele já passou. Se eu te perguntasse isso na época titulada como o melhor momento de sua vida, será que me responderia “agora”?

Corremos atrás de fórmulas novas e nos apegamos em antigas idéias quando deveríamos nos dedicar mais a reforçar certas verdades.

O fato é que a vida segue acontecendo nos detalhes, nos desvios e nas surpresas e até mesmo nas alterações de sua rota ocorridas por um olhar nunca percebido ou por uma palavra nunca dita que por fim, você escutou. Tudo é improvável, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou catastróficas lá adiante.

Somos aprendizes e ao mesmo tempo afortunados, porque nascemos e nos foi dado a chance de existir, de nos relacionar e fazer tentativas. O sentido de tudo isso? Fazer parte, simplesmente. Tudo que precisamos, ora, é viver.


Contudo, entre viver e sobreviver há um precipício, e poucos encaram o salto, o certo é não se acorrentar ao que não voltará, e apesar do medo paralisar, provoca o desejo diante uma decisão crucial: Viver hoje ou deixar para mais tarde?
Com isso, me lembrei de um artigo de Vinícius de Moraes que falava de seu maior ritual: zerar-se. Começava e terminava um casamento, uma vida em Paris ou uma temporada em Salvador. O importante era renovar seus votos a cada dia. Tudo isso devia ter um custo emocional altíssimo, mas segundo ele, valia à pena o momento presente. “Vai, vai, vai viver e que esta vida seja infinita enquanto dure”, então... pulamos!

Hoje sugiro que você troque experiências, troque risadas, troque mimos. Resgate afetos. Não é preciso chegar ao momento-limite para se dar conta disso. O enfretamento das pequenas mortes que acontecem na vida já é o empurrão necessário. Morremos um pouquinho a cada dia e em todos eles devemos procurar um final bonito antes de partir.
Amanhã? Será apenas o depois de hoje.



E no final das contas não são os anos em sua vida que contam. É a vida nos seus anos.

Abraham Lincoln

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