segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

SAINDO DA CAVERNA

Ola, que tal convidar uns amigos, puxar uma cadeira e bater um papo?! Despertar o deleite do pensar e impulsionar evoluções coletivas é uma forma gostosa de praticar filosofia. Afinal, compartilhar idéias é multiplicar conhecimentos.

Segundo Platão, para se tornar um filósofo, basta filosofar. E quando desenvolvemos a arte de pensar, SAIMOS DA CAVERNA!

Lembra do O Mito da Caverna? Uma importante metáfora arquitetada pela filosofia que representar a circunstância geral da humanidade e relata o fato de estarmos condenados a vermos sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras.

Todos nos vivemos com mitos que impedem nossa capacidade de desarmar à vida da sua verdadeira fragilidade e lhe restituir seu autentico valor.

Penso e eterneço-me na atitude de enfrentar a realidade através de uma nova perspectiva.

Ao invés de acorrentada e conformada com a escuridão, quero sempre me libertar e duvidar de tudo que me controla ou criticar cada pensamento perturbador ou idéia angustiante.

Mas acima de tudo, determinar ser alegre e feliz, conquistar as pessoas e a si mesmo. Somente com a coragem para olhar para dentro de si mesmo, na esperança de sair de sua caverna que se é possível conhecer e fazer da vida uma experiência sublime.

Segue abaixo O Mito da Caverna Extraído do livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chaui para refrescar a memória. Até a próxima!

O Mito da Caverna
Platão
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.

Libertado e conhecedor do mundo, o priosioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.

Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.

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