quarta-feira, 1 de setembro de 2010

COMO NASCEM AS ESTRELAS


Uma das coisas mais úteis que aprendi foi reciclar conceitos. Quebrar meus próprios paradigmas e desenvolver estratégias para redescobrir constantemente ideais de existência. Muitas vezes avaliei mal alguma coisa ou situação por falta de maturidade. No entanto, hoje entendo que tudo na historia tem seu momento certo e questionar minhas próprias conclusões aumenta a percepção de vida.

Quando li O Monge e o Executivo de James C. Hunter pela primeira vez, confesso que não gostei, porque esperava mais do que a velha e já citada deste blog, objetividade. Contudo, nunca entendi porque seu título jamais saíra da lista dos livros mais vendidos no mundo corporativo.

Desafiando meus próprios instintos, reli a obra e mudei a linha de raciocínio. Revi conceitos de liderança, humildade e motivação. Porém desta vez achei duas considerações interessantíssimas que haviam passado despercebidas.

A primeira é a construção do caráter de um indivíduo. A real capacidade de direção não fala da personalidade, dos bens ou carisma de um líder, mas da pessoa que ele é. Muitos acham que liderança é um estilo, quando na verdade esta se refere à essência, ou melhor, ao caráter. Os pensamentos tornam-se ações, estas por sua vez, viram hábitos que definem o caráter, isso indica qual será a conduta de uma pessoa.

O segundo conceito considerável é que no fim, a única questão importante será a diferença nossas vidas fizeram no mundo.

Existe um velho ditado indígena que diz “ao nascer, você chorou e o mundo gorjeou. Viva sua vida de tal maneira de que, quando você morrer o mundo chore e você gorjeie”.

Isso me lembra o livro 1808 de Laurentino Gomes. Dom João VI, um rei medroso, desleixado e de bom coração , que com suas sucessivas e “aparentemente”atrapalhadas conseguiu sobreviver a todas dificuldades da época. Segundo as próprias palavras do destemido Napoleão Bonaparte “foi o único que me enganou”. O grande monarca é visto hoje, por especialista e historiadores, como um excelente estrategista político, pois sem recorrer às armas contornou com sucesso os temidos exércitos de Napoleão e ao mesmo tempo, preservou os interesses de Portugal. Deixou em seu legado um Brasil maior e melhor. Não ouve registro na história de nosso país mudanças tão profundas, aceleradas e decisivas como as que ocorrerão nos 13 anos que a família real esteve presente. No espaço de uma década e meia o Brasil deixou de ser uma colônia atrasada e fechada para se tornar um país independente. Esses fatores deram ao rei o título de fundador da nacionalidade brasileira. Haja vista que na época e até hoje em dia, por muitos, é julgado por sua covardia e aparência.
Diante os resultados e conhecendo a fundo sua história, acredito fielmente que este líder foi, de forma pitoresca e humilde, um dos maiores protagonistas que conheci no mundo literário. Ele não quis um papel de herói, foi humano. Isso o engrandeceu.

Pequenos passos podem não fazer muita diferença num curto percurso, mas para a longa jornada da vida são capazes de colocar uma pessoa em um lugar completamente diferente de hoje na historia. Assim nascem as estrelas.

Finalizo este post com uma frase perfeita para a ocasião - Pessoas fazem a história, mas raramente se dão conta do que estão fazendo - Christopher Lee.



Dayane Salvador


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