quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ARRUMANDO AS MALAS

A viagem é amanhã, ainda não arrumei toda bagagem. Abro a mala sobre a cama para acomodar as coisas... Parece que todas as minhas tralhas são indispensáveis! Respiro fundo e vamos lá.

Preparar a mala é como organizar a vida. Você aprende a escolher os pertences de acordo com seu grau de importância. Descobre que certas coisas são imprescindíveis. Elege o que te faz bem e deixa para trás o que só serve como peso, não te agrega valor algum e ainda ocupa espaços extraordinários, que agora serão preenchidos com novas perspectivas. Muitos desses “pesos” estão ali por questão de comodidade ou pelo medo de deparar com a pergunta atroz “E se eu sentir minha vida vazia?” Não sente! Existem inúmeros eventos de peso equivalente e com uma utilidade bem melhor que pode ocupar esse “buraco” na sua bagagem. Claro que, não é uma tarefa nada fácil, mas decisões importantes não são simples. Na maior parte das vezes, é indispensável perder para ganhar. Assim como para se ganhar o amor de uma pessoa, deve-se perder o orgulho.

No entanto, com um pouco de disciplina e consciência, dá pra arranjar com a mais perfeita acomodação tudo que é necessário para encarar as curvas de uma estrada que ligará a vida a novas possibilidades.

Entretanto, a maior vantagem de organizar a mala está na coragem de remexer por completo no armário, escarafunchar gavetas e caixas que estavam deslembradas pelo habitual cotidiano. “Quem sabe ali não está algo que preciso?”

Isso é ótimo, porque não vai fazer nada mal renunciar um pouquinho de amargura que estava escondida numa “gaveta”, e esvaziar algumas “caixas” de falta de perdão que permaneciam camufladas no armário. Aproveito e vejo aqueles “nichos” de discussões e ira e alguns “pacotes” de conversas infelizes, maledicências, calúnias, falsidades… Meu Deus, quanta coisa inútil guardada aqui!

Em Muitas ocasiões, emoções, ações e relacionamentos errados vão sendo abarrotando dentro de nós, não é verdade? Acho que é uma tendência natural e inerente ao ser humano fechar as portas para não encarar a desordem ou “adiar mais um pouquinho” aquela decisão. É como o velho ditado “longe dos olhos, longe do coração”. Mas no fundo, este é um pretexto inventivo e nada convincente. Ninguém consegue ser feliz sem o conforto do perdão no espírito. O jeito é encarar as adversidades, remover o entulho, guardar boas recordações e carregar consigo todo amor que puder.

Aos aventureiros de primeira viagem fica a dica: bagagem alguma deve faltar um apropriado lugar para o espírito de Deus, afinal de contas, se colocamos muitos entulhos sobre Ele, não percebemos Sua voz que nos ensina, nos encoraja e nos capacita a prosseguir.


Um grande abraço, arrumando a mala, Dayane Salvador



Imagem: Sue Dias

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